A baixa velocidade de andar foi um melhor discriminador de incapacidade do que a fragilidade em adultos idosos | Artigo
A trajetória da incapacidade incidente que ocorre simultaneamente com as mudanças no estado de fragilidade, bem como o quanto cada componente da fragilidade contribui para esse processo nos diferentes sexos, são desconhecidos.
- O objetivo deste estudo foi de analisar a trajetória da incidência da incapacidade nas atividades básicas e instrumentais da vida diária (ABVD e AIVD) em função das mudanças da fragilidade e seus componentes por sexo ao longo do tempo.
Métodos
- Análises longitudinais de 1.522 e 1.548 participantes do estudo inglês Longitudinal Study of Aging sem deficiência em ABVD e AIVD, respectivamente, e sem fragilidade no início do estudo.
- ABVD e AIVD foram avaliadas pelas Escalas de Katz e Lawton e a fragilidade por fenótipo aos 4, 8 e 12 anos de seguimento.
- Modelos lineares mistos generalizados foram calculados para a incidência de incapacidade para ABVD e AIVD, como desfecho, usando mudanças no estado de fragilidade e seus componentes, como a exposição, por sexo em modelos totalmente ajustados para características sociodemográficas, comportamentais, bioquímicas e clínicas .
Resultados
- A média de idade, no início do estudo, dos 1.522 indivíduos elegíveis livres de ABVD e sem fragilidade foi de 68,1 ± 6,2 anos (52,1% mulheres) e dos 1.548 indivíduos livres de AIVD e sem fragilidade foi de 68,1 ± 6,1 anos (50,6% mulheres).
- Mulheres que se tornaram pré-frágeis apresentaram maior risco de incidência de incapacidade para ABVD e AIVD quando comparadas àquelas que permaneceram não frágeis ( P < 0,05).
- Homens e mulheres que se tornaram frágeis tiveram maior risco de incidência de incapacidade em ABVD e AIVD quando comparados aos que permaneceram não frágeis ( P < 0,05).
- A lentidão foi o único componente capaz de discriminar a incidência de incapacidade em ABVD e AIVD quando comparados com aqueles que permaneceram sem lentidão ( P < 0,05).
- Fraqueza e baixo nível de atividade física nos homens e exaustão nas mulheres também discriminaram a incidência de incapacidade ( P < 0,05).
Texto para a figura acima: Trajetória de incidência de incapacidade em ABVD por sexo de acordo com o estado de fragilidade em acompanhamento de 12 anos, ELSA, Inglaterra, 2004/2005–2016/2017.
( A ) Previsões de ABVD e critérios de fragilidade – homens ( n = 729) ajustados pela percepção da visão e audição, quedas, escolaridade, IMC (kg/m 2 ) e doença pulmonar.
( B , C e D ) Componentes preditivos de ABVD – homens ( n = 729) ajustados para quedas, escolaridade, doença pulmonar, lipoproteína de baixa densidade (LDL), acidente vascular cerebral (AVC) e estado civil.
( E ) Previsões de ABVD e critérios de fragilidade – mulheres ( n= 793) ajustado para idade, acidente vascular cerebral, LDL, triglicerídeos, anemia, percepção da audição, doença articular e IMC (kg/m 2 ).
( F e G ) Componentes preditivos de ABVD – mulheres ( n = 793) ajustados para idade, acidente vascular cerebral, LDL, anemia, percepção da audição, IMC (kg/m 2 ) e diabetes. AVD, atividades de vida diária; LPAL, baixo nível de atividade física.
Citação: de Oliveira, D. C., de Oliveira Máximo, R., Ramírez, P. C., de Souza, A. F., Luiz, M. M., Delinocente, M. L. B., Chagas, M. H. N., Steptoe, A., de Oliveira, C., and da Silva Alexandre, T. (2021) Is slowness a better discriminator of disability than frailty in older adults?, Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, 12, 2069– 2078.
Leia o artigo na íntegra e a entrevista dos autores na Revista Fapesp.
Timóteo Araújo
Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,