Por muito tempo, o foco no controle do sobrepeso e da obesidade tem sido direcionado às escolhas individuais. Contudo, ao entendermos o seu comportamento de epidemia, podemos ter ações mais assertivas para cuidar da saúde da população. No Brasil, o número de pessoas vivendo com sobrepeso ou obesidade tem crescido de modo expressivo.
Projeções para 2030 indicam que 68% da população poderá estar com excesso de peso e 26% com obesidade. Estimativas que preocupam ao considerarmos que o excesso de peso e obesidade aumentam o risco de diversas Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) e, consequentemente, têm grandes impactos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Epidemia de obesidade e as DCNT
Ao contrário de outros fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), a porcentagem da população que apresenta excesso de peso ou obesidade cresce de forma preocupante e epidêmica.
As DCNT são doenças multifatoriais, isto é, são causadas por diversos fatores de risco, apresentam longos períodos de latência e afetam pessoas por muitos anos, até mesmo décadas, podendo resultar em incapacidades funcionais. Exemplos de DCNT são as doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, as neoplasias (cânceres) e a diabetes mellitus.
Em 2019 elas foram responsáveis por 55% das 738.371 mortes de adultos no Brasil. Dessas, 173.207 ou 56,1%, ocorreram entre 30 e 69 anos de idade e, portanto, são consideradas prematuras e evitáveis.
No Brasil, o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) constitui uma das estratégias para implementação da diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável que integra a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN).
Os guias alimentares são uma tecnologia de saúde essencial para a melhora dos padrões de alimentação e nutrição e para a promoção da saúde das populações, uma vez que os hábitos alimentares e as condições de saúde se modificam ao longo do tempo, por diversos fatores.
Nesse sentido, o Guia Alimentar para a população brasileira é considerado um mediador, ou seja, uma ferramenta orientadora para políticas públicas que devem se adequar às necessidades da população.
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Coordenação: Prof. Dr. Leandro Fórnias Machado de Rezende – Universidade Federal de São Paulo