Associação da Prática Esportiva na Infância e Adolescência com a Modulação Autonômica Cardíaca na Vida Adulta: Um Estudo Epidemiológico Retrospectivo

A prática esportiva durante a infância e adolescência proporciona benefícios à modulação autonômica cardíaca (MAC) nessas fases da vida. No entanto, não se sabe se esses benefícios à MAC persistem na vida adulta.

  O objetivo deste estudo foi analisar a associação da prática esportiva precoce (prática esportiva na infância e/ou adolescência) com a MAC na vida adulta, independentemente da AF habitual moderada a vigorosa.

Métodos:

  • A amostra do presente estudo foi composta por 242 adultos
    • 141 mulheres e 101 homens;
    • idade: 41,99 ± 16,24.
  • A avaliação da MAC foi realizada por meio de índices de variabilidade da frequência cardíaca.
  • A prática esportiva na infância e adolescência foi avaliada por meio de questionário.
  • A intensidade da atividade física foi avaliada por meio de acelerometria.
  • Para analisar a associação entre prática esportiva prévia (infância e/ou adolescência) e MAC, foi adotado o Modelo Linear Generalizado, considerando os índices de MAC como variáveis ​​contínuas e a prática esportiva precoce como fator triplo (sem prática esportiva; prática esportiva na infância ou adolescência; e prática esportiva tanto na infância quanto na adolescência) ajustado por sexo, idade, condição socioeconômica e AF moderada a vigorosa.

Resultados

  • A prática esportiva na infância foi associada ao desvio padrão médio de todos os intervalos RR normais expressos em milissegundos (SDNN): β = 5,89; IC95%: 0,25;11,52, e ao desvio padrão dos intervalos de longo prazo entre batimentos cardíacos consecutivos (SD2): β = 7,63; IC95%:1,04; 14,23 índices.
  • A prática esportiva na adolescência foi associada na idade adulta ao índice SD2: β = 7,37; IC95%: 0,71;14,04.
  • A prática esportiva em pelo menos um dos períodos (infância ou adolescência) foi significativamente associada à raiz quadrada do quadrado médio das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes por um período de tempo expresso em milissegundos (RMSSD) (β = 8,86; IC95% = 0,71;17,01) e ao desvio padrão da variabilidade instantânea batimento a batimento (DP1) (β = 6,21; IC95% = 0,45;11,97).
  • A prática esportiva em ambas as fases da vida foi significativamente associada a melhores SDNN (β = 7,70; IC95% = 1,16;14,23) e SD2 (β = 10,18; IC95% = 2,51;17,85).

Conclusão

  • A prática esportiva precoce foi associada a melhor CAM na vida adulta, independentemente do nível de atividade física atual.
  • Com base nesses achados, a prática esportiva é incentivada desde a infância e adolescência, para benefícios à CAM na vida adulta.

Pontos-chave:

  1. Poucos estudos verificaram se a prática esportiva na infância e adolescência poderia estar associada a melhores MAC na vida adulta.
  2. A prática esportiva na infância e/ou adolescência foi associada a melhor MAC na vida adulta, tanto quando analisada separadamente quanto quando combinada.
  3. A prática esportiva precoce foi associada a índices de modulação autonômica cardíaca na idade adulta que refletem a variabilidade global (SNDD e SD2) e a modulação parassimpática (RMSSD e SD1).

  • Citação: Christofaro, D.G., Tebar, W.R., Mota, J. et al. Association of Sports Practice in Childhood and Adolescence with Cardiac Autonomic Modulation in Adulthood: A Retrospective Epidemiological Study. Sports Med – Open 10, 41 (2024). https://doi.org/10.1186/s40798-024-00707-7
  • Baixe e leia o artigo original na íntegra nesse LINK.
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Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,

Atividade Física e Longevidade

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