Associação entre tipos específicos de atividades físicas e biomarcadores cardiometabólicos

Embora a atividade física tenha demonstrado efeitos benéficos à saúde, o efeito para tipos específicos de atividade física é menos claro. Correr mostrou a ligação mais forte com um perfil cardiometabólico favorável. Corrida, aeróbica e levantamento de peso também apresentaram forte associação.

Objetivo

Examinar as associações de atividades físicas específicas com biomarcadores e comparar a pontuação do equivalente metabólico da tarefa (MET) com a pontuação ponderada por biomarcadores para risco de diabetes tipo 2 (DT2).

Métodos

  • Utilizaram dados de três grandes coortes prospectivas dos EUA (1988/1991–2018/2019).
  • Nove atividades –
    • caminhada,
    • corrida leve,
    • ciclismo,
    • natação de volta,
    • tênis/squash,
    • outras atividades aeróbicas,
    • levantamento de peso e
    • trabalho pesado ao ar livre –
  • foram avaliadas bienalmente.
  • A análise de biomarcadores incluiu 25.438 participantes com dados sobre peptídeo C, proteína C reativa (PCR), molécula de adesão intercelular 1, leptina/adiponectina e triglicerídeos/colesterol de lipoproteína de alta densidade (TG/HDL).
  • A análise de risco para DM2 envolveu 183.892 participantes acompanhados por até 30 anos.
  • Os modelos foram ajustados para fatores de confusão e atividade física total, excluindo a de interesse.

População do estudo

O Estudo de Acompanhamento de Profissionais de Saúde (HPFS) foi iniciado em 1986 com 51.529 profissionais de saúde do sexo masculino, com idades entre 40 e 75 anos no momento da inscrição.
O Estudo de Saúde das Enfermeiras (NHS) foi iniciado em 1976 com 121.700 enfermeiras registradas, com idades entre 30 e 55 anos no momento da inscrição.
O NHSII foi iniciado em 1989 com 116.429 enfermeiras, com idades entre 25 e 42 anos no momento da inscrição.
Os participantes de cada coorte foram acompanhados bienalmente com questionários autoadministrados, coletando informações médicas, de estilo de vida e de saúde.

Resultados

  • A corrida demonstrou a associação mais forte com um perfil cardiometabólico mais saudável, seguida por corrida leve, aeróbica e levantamento de peso.
Para cada hora/semana de corrida, a diferença percentual na concentração foi de: 
  • – 4,4% para peptídeo C,
  • – 6,6% para PCR,
  • – 11,5% para leptina/adiponectina e
  • – 5,6% para TG/HDL
  • todos P  < 0,001

O ajuste para o índice de massa corporal (IMC) enfraqueceu ligeiramente as associações para essas atividades, mas elas permaneceram estatisticamente significativas.

Caminhada e tênis/squash mostraram associações modestas de biomarcadores e tornaram-se nulas após o ajuste do IMC.

Nenhuma associação foi observada para ciclismo, natação de volta e trabalho pesado ao ar livre, provavelmente devido à falta de dados de intensidade.

A pontuação ponderada pelo biomarcador (90º vs. 10º da atividade física total, HR = 0,52; IC de 95%, 0,50–0,55) teve uma associação mais forte com o risco de DM2 do que a pontuação MET (HR = 0,61; IC de 95%, 0,58–0,63).

Conclusões

Os tipos de atividade física apresentaram associações distintas com biomarcadores cardiometabólicos.

Uma pontuação ponderada por biomarcadores apresenta melhor desempenho do que a pontuação MET para risco de DM2.


  • Citação: Yiwen Zhang, Dong Hoon Lee, Leandro F.M. Rezende, Edward L. Giovannucci. Association between specific types of physical activities and cardiometabolic biomarkers: A comparative analysis between metabolic equivalent of task score and biomarker-weighted activity score in relation to type 2 diabetes in US health professionals. Preventive Medicine, 194, 2025.
  • Baixe e leia a versão original do artigo nesse LINK.

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade. Atuando no Centro de Convivência AMI - Bem Estar.

Atividade Física e Longevidade

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