Apesar do otimismo em torno da atividade física como meio de preservar ou melhorar a cognição, muitos estudos intervencionistas recentes de alta qualidade recomendam cautela nas alegações que associam benefícios cognitivos à atividade física, e a maioria das evidências existentes provém de estudos observacionais com curto seguimento e nenhuma informação sobre os níveis anteriores de cognição.

Objetivo:

• Examinar como o tempo de acompanhamento, a idade basal, a quantidade de atividade física e a qualidade do estudo modificam as associações longitudinais da atividade física com a cognição.

Fontes de dados

• Estudos observacionais de adultos com acompanhamento prospectivo de pelo menos 1 ano, uma medida cognitiva basal válida ou coorte de meia-idade e uma estimativa da associação entre atividade física basal e cognição de acompanhamento foram buscados em PsycInfo, Scopus, CINAHL , Web of Science, SPORTDiscus e PubMed, com a busca final realizada em 2 de novembro de 2022.

Extração e Síntese de Dados

• Dois revisores avaliaram independentemente a qualidade do estudo e extraíram os dados.
• Estimativas agrupadas de associação foram calculadas com meta-análises de efeitos aleatórios.
• Um extenso conjunto de moderadores, gráficos de funil e gráficos de dispersão da quantidade de atividade física foram examinados.
• Este estudo é relatado seguindo as diretrizes de relatórios Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA).

Resultados   

• Foram avaliados 104 estudos com 341.471 participantes.
• A análise dos resultados binários incluiu 45 estudos com 102.452 indivíduos, a análise da cognição global de acompanhamento incluiu 14 estudos com 41.045 indivíduos e a análise da mudança na cognição global incluiu 25 estudos com 67.463 indivíduos.
• A atividade física foi associada a uma menor incidência de comprometimento ou declínio cognitivo após a correção da assimetria do gráfico de funil (taxa de risco agrupado, 0,97; IC 95%, 0,97-0,99), mas não houve associação significativa em acompanhamentos superiores a 10 anos.
• A atividade física foi associada ao acompanhamento da cognição global (coeficiente de regressão padronizado, 0,03; IC de 95%, 0,02-0,03) e à mudança na cognição global (coeficiente de regressão padronizada, 0,01; IC de 95%, 0,01 a 0,02) de corte e – análises de preenchimento, sem resposta clara à dose ou moderação pela duração do acompanhamento, idade inicial, qualidade do estudo ou ajuste para cognição inicial.
• Os domínios cognitivos específicos associados à atividade física foram
  • memória episódica (coeficiente de regressão padronizado, 0,03; IC 95%, 0,02-0,04) e
  • fluência verbal (coeficiente de regressão padronizado, 0,05; IC 95%, 0,03-0,08).

• Esta revisão sistemática e meta-análise encontrou apenas associações mínimas entre atividade física e cognição. Para efeito de comparação, um estudo de 2018 descobriu que cada aumento de 1 ano na idade estava associado a uma diminuição de 0,037 DP na cognição global.
• A fraca associação identificada entre atividade física e cognição foi persistente, independentemente do nível anterior de cognição ou da idade da coorte, o que está de acordo com a nossa meta-análise anterior de atividade física e demência.
• Embora as magnitudes padronizadas de associação combinadas fossem muito pequenas, elas são significativas na perspectiva da saúde da população pelo potencial de adiar as doenças multifatoriais que causam demência.

Conclusões e relevância:

• Nesta meta-análise da associação da atividade física com o declínio cognitivo, a atividade física foi associada a uma melhor cognição na idade avançada, mas a associação foi fraca.
• No entanto, mesmo uma associação fraca é importante do ponto de vista da saúde da população.

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• Citação: Iso-Markku P, Aaltonen S, Kujala UM, et al. Physical Activity and Cognitive Decline Among Older Adults: A Systematic Review and Meta-Analysis. JAMA Netw Open. 2024;7(2):e2354285
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