Caminhabilidade (walkability) no bairro e saúde mental em idosos: | Análise transversal do EpiFloripa Aging Study | Estudo Nacional

Incentivar a atividade física por meio da revitalização de espaços públicos ou programas de apoio a hábitos saudáveis ​​pode ser essencial para reduzir os efeitos da baixa deambulação na saúde mental.

Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre índice de caminhabilidade (walkability) e sintomas depressivos e comprometimento cognitivo e testar o papel mediador da atividade física moderada-vigorosa (AFMV) nessa relação em idosos de Florianópolis, Brasil.

Trata-se de uma pesquisa transversal com dados da terceira onda do estudo de coorte Envelhecimento EpiFloripa, realizado em 2017–2019.

  • Os sintomas depressivos foram avaliados por meio da versão curta da Escala de Depressão Geriátrica (GDS) e
  • o comprometimento cognitivo por meio das escalas Mini-Mental State Examination (MMSE).
  • O ambiente do bairro foi avaliado por meio de um índice de caminhabilidade, que considerou buffers de rede de 500 m ao redor das residências dos participantes.
  • Análise de regressão logística binária a associação entre o índice de caminhabilidade (quartil) e os resultados de saúde mental (sim vs.não).
  • A modelagem de equações estruturais avaliou a mediação entre o índice de caminhabilidade e o comprometimento cognitivo por AFMV com um estimador de variáveis ​​dicotômicas.
    • 1.162 pessoas participaram do estudo
    • 61,5% mulheres,
    • idade média = 73,1.

Idosos residentes em locais com alto e maior índice de caminhabilidade tiveram 38% e 44% menos chances de apresentar comprometimento cognitivo, respectivamente.

Não houve associação entre sintomas depressivos e índice de caminhabilidade na análise bruta ou ajustada.

Engajar-se em AFMV teve um efeito parcial, mas não significativo (14%; p= 0,087), mostrando uma tendência dessa relação ser parcialmente explicada pelo maior engajamento em atividades físicas em locais com maior caminhabilidade.

Os resultados deste estudo reforçam a associação observada entre o ambiente de vizinhança e o comprometimento cognitivo na população idosa e que há uma tendência de que essa relação seja parcialmente explicada por um maior engajamento em atividades físicas em locais com maior caminhabilidade.

O planejamento de políticas para a prevenção e/ou redução dos riscos de demência deve considerar a melhoria da caminhabilidade das cidades para promover a saúde mental da população.

A OMS estabeleceu 2020-2030 como a década do envelhecimento saudável, e um dos focos é garantir a criação de cidades mais amigas do idoso, por isso é importante considerar que locais com menor caminhabilidade podem representar possíveis fatores de risco para declínio cognitivo .


Citação: Siqueira Jr JAlmeida, Rech CR et al. Neighbourhood walkability and mental health in older adults: A cross-sectional analysis from EpiFloripa Aging Study.  Frontiers in Aging, 3:2022.

Baixe e leia o artigo na íntegra por esse LINK. 

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,

Atividade Física e Longevidade

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