Centenários, histórias de longevidade | Documentário
O Brasil tem, atualmente, mais de 37 mil pessoas com cem anos ou mais.
Dados das Nações Unidas estimam que o número de centenários no mundo passará dos atuais 316 mil para 3,2 milhões em 2050. Com o crescimento dessa parcela da população, é importante que a sociedade discuta políticas públicas e garantia de direitos para essas pessoas.
De acordo com Júnia Quiroga, Coordenadora de programa do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) no Brasil, o envelhecimento da população é um triunfo do desenvolvimento. “Envelhecer e atingir uma maior longevidade é um sinal de progresso para todas as sociedades. Em primeiro lugar, porque a outra possibilidade seria morrer mais jovem. Então, é um sinal de avanços na medicina, de mais amplo acesso à boa qualidade de vida, acesso e qualidade da água, alimentação, moradia e segurança”, afirma Quiroga.
Histórias
No programa desta semana, você vai conhecer a história de três centenários brasileiros. Um deles, Milton Thiago de Mello, tem 108 anos e faz parte de um estudo do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (Genoma USP), da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa visa compreender como a genética impacta a longevidade e a resistência à covid-19.
Para Mateus Vidigal de Castro, pós-doutorando do Centro de Pesquisa, o caso de Milton foi um dos que mais chamou a atenção. “Era um dos nossos mais longevos recuperados da Covid, que foi assintomática. Importante ressaltar que Milton teve a doença antes da vacina. E a parte cognitiva é brilhante, extremamente lúcido. Ele se recorda de tudo”, conta.
Outra centenária é a Dona Dalila, que tem 104 anos. Lúcida e muito religiosa, ela conta que lembra de tudo da sua infância. Nasceu em uma família humilde no Ceará, mas onde as pessoas tinham muito amor uns pelos outros. Ela conta que, hoje, com uma perda de visão considerável, é cuidada pelos filhos e netos.
A memória de Dona Dalila é privilegiada e ela relembra, sem dificuldade, as datas de aniversário dos membros da sua família. “O Manoel é 25 de dezembro. O Joacy é dia 05 de abril. João é dia 26 de março. A Lúcia é dia 30 de maio. O Pedro é dia 23 de junho. O Eduardo é dia 29 de junho…”
Além de Dona Dalila, contamos também a história de Dona Epifânia, uma centenária divertida que, ano passado, aos 106 anos de idade, fez sua mais recente tatuagem. É uma chave de ouro tatuada no braço, onde lê-se “Só o amor constrói”.
De acordo com a bisneta Raquel, Dona Epifânia disse que a tatuagem, a última de três, é para marcar o final de sua vida, que ela pretende fechar com “chave de ouro”.
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Timóteo Araújo
Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,