Comparação dos níveis de atividade física e quocientes metabólicos para quantificar a transição da atividade física em Ruanda
Embora os humanos já tenham sido caçadores-coletores e agricultores de subsistência fisicamente ativos, houve uma transição global recente e contínua na atividade física, com bilhões de pessoas adotando estilos de vida industriais, principalmente em áreas urbanas.
- Para analisar como quantificar a magnitude dessa transição na atividade física em um experimento natural, comparamos duas métricas diferentes de metabolismo da atividade física entre agricultores de subsistência intensivos no norte de Ruanda (Distrito de Burera, Província do Norte) e profissionais urbanos na principal cidade do país, Kigali.
Métodos
Utilizamos o método da água duplamente marcada (ADM) para medir a composição corporal, o gasto energético diário e estimar o gasto energético da atividade em 36 indivíduos
- n = 19 rurais,
- n = 17 urbanos
Em seguida, utilizamos duas métricas para comparar a energia da atividade entre os grupos:
- Nível de Atividade Física (NAF), a razão entre o gasto energético total e o gasto energético em repouso, e
- Quocientes Metabólicos da Atividade (QMA), uma medida normalizada por tamanho da demanda metabólica diária da atividade física.
Resultados
Enquanto os PALs sugerem que os agricultores ruandeses são, em média, 1,5 vezes mais ativos do que os trabalhadores de escritórios urbanos (PAL: 2,41 vs. 1,56), os AMQs indicam que os agricultores rurais, na verdade, gastam 2,6 vezes mais energia em atividade física do que os trabalhadores de escritórios urbanos (AMQ: 1,85 ± 0,09 vs. 0,72 ± 0,05, p < 0,0001).
Conclusões
Métricas baseadas no metabolismo diário total, como PAL e TMQ, capturaram algumas das diferenças no metabolismo da atividade física entre agricultores e trabalhadores de escritório, mas subestimaram severamente a magnitude da diferença, como ilustrado pelo AMQ.
Constatamos que os agricultores rurais ruandeses apresentam algumas das maiores taxas metabólicas de atividade física já medidas em humanos, enfatizando a magnitude da transição da atividade física e sugerindo que a agricultura de subsistência pode exigir gastos energéticos muito maiores em comparação não apenas aos estilos de vida industriais, mas também à caça e à coleta.
- Citação: Harris, A. R., A. K. Yegian, B. E. Sibson, et al. 2025. “ Comparing Physical Activity Levels and Metabolic Quotients to Quantify the Physical Activity Transition in Rwanda.” American Journal of Human Biology 37, no. 9: e70142.
- Baixe e leia o resumo original do artigo que não está liberado para leitura completa.

Timóteo Araújo
Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade. Atuando no Centro de Convivência AMI - Bem Estar.