Efeitos da intervenção multicomponente Vivifrail na capacidade funcional: Um estudo multicêntrico, randomizado e controlado | Artigo
O exercício físico é uma estratégia eficaz para preservar a capacidade funcional e melhorar os sintomas de fragilidade em idosos. Além dos ganhos funcionais, o exercício é considerado uma pedra angular para melhorar a função cognitiva em idosos frágeis com comprometimento cognitivo e demência.
Foi avaliado os efeitos da intervenção de exercício Vivifrail para a capacidade funcional, cognição e estado de bem-estar em idosos residentes na comunidade.
Métodos
Em um estudo controlado randomizado multicêntrico realizado em três hospitais terciários na Espanha, um total de 188 pacientes idosos com comprometimento cognitivo leve ou demência leve (>75 anos) foram aleatoriamente designados para uma intervenção de exercício ( n = 88) ou um tratamento habitual , grupo controle ( n = 100).
A intervenção foi baseada no programa de exercícios multicomponentes sob medida Vivifrail, que incluiu exercícios de resistência, equilíbrio, flexibilidade (3 dias/semana) e exercícios de retreinamento de marcha (5 dias/semana) e foi realizado por três meses consecutivos
O grupo de cuidados habituais recebeu atendimento ambulatorial habitual. O desfecho principal foi a mudança na capacidade funcional desde a linha de base até 1 e 3 meses, avaliada com a Short Physical Performance Battery (SPPB). Os desfechos secundários foram alterações na função cognitiva e força de preensão manual após 1 e 3 meses, e estado de bem-estar, quedas, taxa de admissão hospitalar, visitas ao departamento de emergência e mortalidade após 3 meses.
Resultados
O programa de exercícios Vivifrail proporcionou benefícios significativos na capacidade funcional em relação aos cuidados habituais. A média de adesão às sessões de exercícios foi de 79% no primeiro mês e 68% nos 2 meses seguintes.
O grupo de intervenção apresentou um aumento médio (sobre o grupo controle) de 0,86 pontos na escala SPPB (intervalo de confiança de 95% [IC] 0,32, 1,41 pontos; P <0,01) após 1 mês de intervenção e 1,40 pontos (IC 95% 0,82 , 1,98 pontos; P < 0,001) após 3 meses.
Os participantes do grupo de cuidados habituais não mostraram benefício significativo na capacidade funcional (alteração média de -0,17 pontos [IC 95% -0,54, 0,19 pontos] após 1 mês e -0,33 pontos [IC 95% -0,70, 0,04 pontos] após 3 meses), enquanto a intervenção com exercícios reverteu essa tendência (0,69 pontos [IC 95% 0,29, 1,09 pontos] após 1 mês e 1,07 pontos [IC 95% 0,63, 1,51 pontos] após 3 meses).
Figura: Mudanças nas categorias funcionais na linha de base, 1 mês e 3 meses após a intervenção de acordo com a classificação Vivifrail: Incapacidade (pontuação SPPB 0–3 pontos), Fragilidade (4–6 pontos), Pré-fragilidade (7–9 pontos) e Robusto (10-12 pontos). P -valor após 1 mês = 0,062. P -valor após 3 meses ≤ 0,001.
O grupo de exercício também obteve benefícios significativos na função cognitiva, função muscular e depressão após 3 meses em relação ao grupo controle ( P < 0,05).
Nenhuma diferença entre os grupos foi obtida em outros desfechos secundários ( P > 0,05).
Citacão: Álvaro Casas-Herrero et al. Effects of Vivifrail multicomponent intervention on functional capacity: a multicentre, randomized controlled trial. Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle 2022;13: 884–893.
