Efeitos de um programa de treinamento físico domiciliar de 16 semanas na qualidade de vida relacionada à saúde e sintomas persistentes em sobreviventes de COVID-19 grave/crítico

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) criaram um programa de exercícios que pode ser feito em casa, de forma segura, por pacientes que tiveram a forma grave da COVID-19 e, mesmo após a alta hospitalar, apresentam sintomas persistentes.

Os efeitos duradouros da COVID-19 podem incluir distúrbios cardiovasculares, respiratórios, musculares esqueléticos, metabólicos, psicológicos e sintomas persistentes que podem prejudicar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS).

Investigar os efeitos de um programa de treinamento de exercício em casa (HBET) na QVRS e nos resultados relacionados à saúde em sobreviventes de COVID-19 severo/crítico.

Métodos:

  • Trata-se de um ensaio clínico randomizado randomizado, unicêntrico, simples-cego, de grupo paralelo.
  • Cinquenta sobreviventes de COVID-19 grave/crítico (5±1 meses após a alta da unidade de terapia intensiva)
    • foram alocados aleatoriamente (1:1) para um 3 vezes por semana
    • (~60-80 min/sessão),
    • semi-supervisionado,
    • individualizado,
    • programa HBET ou
    • padrão de cuidados (CONTROL).
  • As mudanças na QVRS foram avaliadas por meio do 36-Item Short-Form Health Survey, e o resumo do componente físico foi predeterminado como desfecho primário.
  • Os desfechos secundários incluíram aptidão cardiorrespiratória, função pulmonar, capacidade funcional, composição corporal e sintomas persistentes. As avaliações foram realizadas no início e após 16 semanas de intervenção. A análise estatística seguiu os princípios da intenção de tratar.
  •    

Resultados: Após a intervenção, o TBET apresentou

  • maior escore de QVRS do que o CONTROLE no componente físico resumo (diferença média estimada, DME: 16,8 pontos; 95% IC 5,8-27,9; tamanho do efeito, ES: 0,74),
  • capacidade funcional (EMD: 22,5 pontos, IC 95% 6,1-42,9, ES: 0,83),
  • estado geral de saúde (EMD: 17,4 pontos, IC 95% 1,8-33,1, ES: 0,73) e
  • vitalidade (EMD: 15,1 pontos, IC 95% 0,2 a 30,1, ES: 0,49) domínios.
  • 30 segundos de sentar para levantar (EMD: 2,38 repetições, IC 95% 0,01-4,76, ES: 0,86), e
  • fraqueza muscular e mialgia também foram melhoradas no HETB em comparação com o CONTROLE (p<0,05).
  • Não foram observadas diferenças significativas nas demais variáveis. Não houve eventos adversos.

Conclusão HBET é uma intervenção eficaz e segura para melhorar os domínios físicos da QVRS, capacidade funcional e sintomas persistentes em sobreviventes de COVID-19 grave/crítico.

  • O trabalho recebeu apoio da FAPESP por meio de cinco projetos (21/13580-1, 19/18039-7, 20/15678-6, 20/07540-4 e 17/13552-2) e é parte do doutorado do primeiro autor, Igor Longobardi. Também colaboraram, entre outros, os pesquisadores Bruno Gualano, Karla Fabiana Goessler, Gersiel Nascimento de Oliveira Júnior, Danilo Marcelo Leite do Prado, Jhonnatan Vasconcelos Pereira Santos, Matheus Molina Meletti, Danieli Castro Oliveira de Andrade, Saulo Gil, João Antonio Spott de Oliveira Boza e Fernanda Rodrigues Lima.

  • Citação: Longobardi IGoessler Kde Oliveira Júnior GN, et al. Effects of a 16-week home-based exercise training programme on health-related quality of life, functional capacity, and persistent symptoms in survivors of severe/critical COVID-19: a randomised controlled trial.
  • Aproveite para baixar e ler o artigo na versão original nesse LINK
  • Leia a entrevista dos autores na Revista FAPESP.

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,

Atividade Física e Longevidade

Quer receber o melhor conteúdo? Inscreva-se!

Fique por dentro!

inscreva-se para receber nossas notificações.
Eu quero!