Eficácia do exercício domiciliar fornecido pela saúde digital em adultos mais velhos | Publicação revisão sistemática e meta-análise
O exercício físico regular é essencial para manter ou melhorar a capacidade funcional em idosos. Multimorbidade, limitação funcional, barreiras sociais e, atualmente, a doença de coronavírus de 2019, entre outros, aumentaram a necessidade de programas de exercícios domiciliares (HBE) e intervenções de saúde digital (DHI).
O objetivo foi avaliar a eficácia dos programas de HBE fornecidos pelo DHI na função física, na melhora da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e na redução de quedas em idosos.
Intervenção: exercícios em casa através do DHI.
Intervenção digital em saúde (DHI) é o uso de tecnologias digitais, móveis e sem fio para apoiar a consecução dos objetivos de saúde.
Descreve o uso geral das tecnologias de informação e comunicação (TIC) para a saúde e inclui mHealth e eHealth. O DHI combinado com o exercício físico pode ser uma oportunidade para promover um envelhecimento mais ativo e saudável.
A pandemia da doença do coronavírus de 2019 mostrou o quanto é importante fazer bom uso dela e ter informações claras sobre sua eficácia, principalmente em uma população onde a exclusão digital ainda é uma realidade.
Resultados
- Vinte e seis estudos atenderam aos critérios de inclusão, incluindo 5.133 participantes (faixa etária de 69,5 ± 4,0 a 83,0 ± 6,7).
- Os programas HBE entregues com DHI melhoram:
- a força muscular (cinco vezes teste de sentar para levantar, −0,56 s, intervalo de confiança de 95%, IC −1,00 a −0,11; P = 0,01),
- capacidade funcional (índice de Barthel, 5,01 pontos, 95 % CI 0,24–9,79; P = 0,04) e
- HRQoL (SMD 0,18; IC 95% 0,05–0,30; P = 0,004); e
- reduzir eventos de quedas (odds ratio, OR 0,77, IC 95% 0,64–0,93; P = 0,008).
- Além disso, na análise de subgrupo, os idosos com doenças melhoram a mobilidade (SMD −0,23; 95% CI −0,45 a −0,01; P = 0,04) e o equilíbrio (SMD 0,28; 95% CI 0,09–0,48; P = 0,004) . A imagem é a apresentação gráfico do equilíbrio.
Conclusão
Os programas HBE realizados pelo DHI melhoram a função física em termos de força de membros inferiores e capacidade funcional.
Também reduz significativamente o número de quedas e melhora a QVRS.
Além disso, em análise apenas de idosos com doenças, também melhora o equilíbrio e a mobilidade.
Outro ponto crítico a considerar é se o HBE com DHI é eficaz em comparação com os programas presenciais. Isso é particularmente relevante, pois os programas de treinamento físico domiciliar, que visam melhorar as funções de saúde à distância usando estratégias de telecomunicações, poderiam fornecer acesso equitativo a serviços de treinamento/reabilitação, permitindo assim que muitas pessoas isoladas retardassem sua perda de autonomia .
Além disso, embora não pudéssemos compará-lo neste estudo devido à heterogeneidade dos comparadores, um RCT recente comparando HBE por videoconferência versus face a face em idosos entre 70 e 80 anos encontrou efeitos semelhantes na composição corporal e cardiorrespiratória fitness, sugerindo que quando o treinamento presencial não for possível, o HBE por videoconferência deve ser aconselhado.
Citação: Lilian Solis-Navarro, Aina Gismero, Carles Fernández-Jané, Rodrigo Torres-Castro, Mireia Solá-Madurell, Clara Bergé, Laura Mónica Pérez, Joan Ars, Carme Martín-Borràs, Jordi Vilaró, Mercè Sitjà-Rabert, Effectiveness of home-based exercise delivered by digital health in older adults: a systematic review and meta-analysis, Age and Ageing, Volume 51, Issue 11, November 2022, afac243.
