Fatores Associados à Atividade Física em Idosos no Brasil com e sem Doenças Crônicas Não Transmissíveis

O acesso à prática regular de atividade física não é igualitário na sociedade, especialmente nos países em desenvolvimento. Pessoas residentes no sul do Brasil têm maior possibilidade de atingir as recomendações de atividade física em comparação com outras regiões

Este estudo analisou se fatores sociodemográficos, percepção de saúde, hábitos alimentares e tempo de tela estão relacionados à atividade física (AF) em idosos com e sem doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

  • Este estudo transversal analisou dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019;
    • A amostra foi composta por idosos (≥60 anos; n = 22.726).

O desfecho deste estudo foi ser fisicamente ativo ou inativo no lazer, sendo a DCNT utilizada como variável moderadora.

Os correlatos investigados foram variáveis sociodemográficas e relacionadas à saúde. De acordo com a análise de regressão logística, observou-se que:

  • ser do sexo masculino apresentou associação apenas no grupo com DCNT (OR = 1,25 (1,05–1,48)),
  • bem como residir na região nordeste (OR = 1,26 (1,04–1,53)).

Por outro lado,

  • alta escolaridade (OR = 4,09 (2,92–5,2); OR = 1,92 (1,48–2,49)) e renda (OR = 1,64 (1,09–2,48); OR = 1,86 (1,33–2,60)) associaram-se à AF em ambos os grupos, assim como os hábitos alimentares (OR = 1,03 (1,01–1,05); (OR = 1,05 (1,04–1,07)).
  • Idade avançada (OR = 0,96 (0,94–0,97); OR = 0,97 (0,96–0,98)) e
  • relato de percepção regular de saúde (OR = 0,53 (0,43–0,66); OR = 0,61 (0,52–0,73)) foram fatores associados à inatividade física em ambos os grupos.
  • Gênero, escolaridade e renda foram desigualmente associados a um estilo de vida ativo em ambos os grupos e, portanto, barreiras à AF podem surgir.

Conclusão:

  • Os resultados deste estudo mostraram que fatores sociodemográficos como escolaridade e renda foram fatores relacionados à atividade física em ambos os grupos (com e sem DCNT).
  • Por outro lado, sexo e região de residência permaneceram associados à prática de atividade física apenas no grupo sem DCNT.
  • A idade e o não relato de boa percepção de saúde associaram-se à inatividade física naqueles com e sem DCNT.

Assim, ações e políticas públicas de saúde para a promoção da atividade física e da saúde e prevenção de doenças devem ser consideradas como especificidades individuais e coletivas. Por fim, estudos longitudinais são indicados para verificar a causalidade desses fatores nessa população.


  • Citação: Pereira, Z.S.; da Silva, A.S.; Melo, J.C.d.N.; dos Santos, J.C.; Sewo Sampaio, P.Y.; Silva, R.J.d.S.; Araújo, R.H.d.O.; Sampaio, R.A.C. Differential Factors Are Associated with Physical Activity in Older Adults in Brazil with and without Non-Communicable Chronic Diseases: A Cross-Sectional Analysis of the 2019 National Health Survey. Int. J. Environ. Res. Public Health 202320, 6329
  • Aproveite para baixar o artigo na íntegra na LINK

 

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,

Atividade Física e Longevidade

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