Fatores que predizem transtornos alimentares e a prevalência de transtornos alimentares em atletas adolescentes de elite, atletas treinados e um grupo de referência

Há mais de uma década, a prevalência estimada de transtornos alimentares (também definidos como sintomas de transtorno alimentar (TA)) em atletas adolescentes variava de 2,0% a 46,2% em mulheres e de 0% a 13,1% em homens.

Objetivo Examinar prospectivamente a prevalência de transtornos alimentares diagnosticados (diagnóstico de TA), sintomas de TA e fatores que predizem sintomas de TA em três grupos de estudantes do ensino médio, homens e mulheres: atletas de elite, atletas treinados e um grupo de referência não atleta no início do estudo (T1) e no acompanhamento de 1 ano (T2).

Métodos: Um questionário foi aplicado no início do estudo (T1) (n = 1.186) e no acompanhamento de 1 ano (T2) (n = 1.144) (etapa um). Os participantes classificados com sintomas de TA pelo Questionário de Exame de Transtornos Alimentares (EDEQ 6.0) em T2 foram convidados para uma entrevista diagnóstica (etapa dois).

Resultados A prevalência do diagnóstico de DE para homens e mulheres foi de 6,9% e 9,3% em atletas de elite, 5,9% e 11,2% em atletas treinados e 3,0% e 11,9% em referências, respectivamente. Nenhuma diferença entre os grupos foi estatisticamente significativa. Referências masculinas apresentaram mais sintomas de DE em comparação com atletas masculinos de elite e treinados (pontuação global do EDEQ 0,81 vs <0,55), enquanto atletas femininas de elite apresentaram menos sintomas de DE em comparação com atletas femininas treinadas e referências femininas (pontuação global do EDEQ 1,14 vs >1,59). Atletas femininas treinadas aumentaram os sintomas de DE ao longo do tempo, enquanto atletas femininas de elite apresentaram consistentemente menos sintomas de DE em comparação. A apresentação de altos sintomas de DE foi prevista por alto índice de massa corporal e mais sofrimento psicológico em homens, enquanto para mulheres, os sintomas de DE foram previstos por menor resiliência, mais sofrimento psicológico e por serem referências não atletas.

O QUE ESTE ESTUDO ACRESCENTA

  • Não foram observadas diferenças entre os grupos quanto à prevalência do diagnóstico de DE em homens e mulheres, correspondendo a 6,9% e 9,3% em atletas de elite, 5,9% e 11,2% em atletas treinados e 3,0% e 11,9% no grupo de referência não atleta, respectivamente.

  • Com base nas pontuações no Questionário de Exame de Transtornos Alimentares (EDEQ 6.0), os homens no grupo de referência apresentaram mais sintomas de DE em comparação com atletas de elite e treinados (pontuação global do EDEQ 0,81 vs <0,55), enquanto atletas de elite do sexo feminino apresentaram menos sintomas de DE em comparação com atletas treinadas e referências (pontuação global do EDEQ 1,14 vs >1,59).

  • Maior sofrimento psicológico previu maior ocorrência de sintomas de DE em todos os grupos, enquanto o índice de massa corporal (IMC) em homens e menor resiliência e ser uma referência não atleta contribuíram em mulheres.

  • O EDEQ teve uma sensibilidade (ou seja, a capacidade de identificar corretamente indivíduos com um DE) de 89% e 96% em atletas de elite masculinos e femininos, 67% e 69% em atletas treinados e 50% e 53% no grupo de referência, respectivamente.

  • Há uma tendência crescente de prevalência do diagnóstico de DE entre atletas de elite do sexo masculino quando as descobertas atuais são comparadas com as descobertas relatadas há uma década.

Conclusão Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na prevalência do diagnóstico de DE entre atletas de elite, atletas treinados e um grupo de referência não atleta. Atletas de elite do sexo feminino apresentaram menos sintomas de DE em comparação com outros grupos femininos, e os atletas de referência do sexo masculino apresentaram mais sintomas de DE em comparação com os grupos de atletas do sexo masculino. Medidas preventivas que abordem a resiliência e o sofrimento psicológico devem ser consideradas.


  • Citação: Sundgot-Borgen CSundgot-Borgen JSølvberg N, et al. Factors predicting disordered eating and the prevalence of eating disorders in adolescent elite athletes, trained athletes and a reference group: a prospective controlled two-step study. 
  • Baixe e leia a versão original do artigo nesse LINK.

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,

Atividade Física e Longevidade

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