Força de preensão manual: Valores de referência para adultos e idosos de Rio Branco, Acre, Brasil

Primeiro estudo a apresentar valores de referência de força de preensão manual (FPM) para a população da região amazônica

A força de preensão manual (FPM) é reconhecida como um importante indicador de saúde, mas ainda faltam valores de referência validados que possam ser aplicados à avaliação de indivíduos em diferentes populações.

Este trabalho teve como objetivo identificar correlações entre a FPM e variáveis ​​antropométricas e estabelecer valores de referência de FPM para populações adultas e idosas.

Trata-se de um estudo transversal de base populacional, considerando os subgrupos de indivíduos com membros superiores direitos ou esquerdos saudáveis, a partir de uma amostra de 1.609 adultos e idosos residentes em Rio Branco, Acre, Brasil.

  • Foram obtidas estatísticas descritivas das medidas antropométricas e dos valores de FPM no desempenho máximo, com base em três medidas das duas mãos, e aplicadas correlações de Pearson entre essas variáveis.
  • A força de preensão manual (FPM) foi expressa em kg e medida utilizando um dinamômetro hidráulico manual (SAEHAN SH5001 ® ), previamente calibrado, com resolução de 2 kg. As medições foram obtidas em condições padronizadas, com os participantes sentados, cotovelo a 90°, alça ajustada na segunda posição e, após receberem explicações sobre os procedimentos e familiarizarem-se com o instrumento, deveriam aplicar a força máxima de preensão por 3 a 5 segundos. O procedimento foi realizado três vezes com cada mão alternadamente, com intervalo de um minuto entre cada medição
  • As distribuições percentuais foram estimadas para a FPM direita e esquerda por sexo e faixa etária.

Tabela 1. Média e desvio padrão da força máxima de preensão manual (FPM) de acordo com sexo e idade na população de Rio Branco-AC.

Entre os homens, a redução da força média de preensão manual (FPM) observada em cada década após atingir o pico (30 a 39 anos) variou entre 4,3 e 22,7 kg e entre 2,7 e 18,5 kg, respectivamente. A redução relativa entre as idades de 30 a 39 anos e 80 anos ou mais foi de 48,9% e 44,0% na mão direita e esquerda, respectivamente.

As mulheres, por outro lado, apresentaram uma redução da força de preensão manual (FPM) em cada década a partir dos 30 e 39 anos, variando entre 2,4 e 12,6 kg e 1,6 e 12,1 kg para a mão direita e esquerda, respectivamente. A redução relativa da FPM nas mãos direita e esquerda desde o ápice até os 80 anos ou mais foi de 44,3% e 44,4%, respectivamente ( Tabela 2 ).

Resultados:

  • Os homens apresentaram, em geral, uma FPM máxima 57% maior que as mulheres (43,4 kg vs. 27,6 kg), e também níveis de FPM mais elevados nas diferentes faixas etárias.
  • Em ambos os sexos, os maiores valores de força de preensão manual (FPM) foram observados na faixa etária de 30 a 39 anos (homens, 46,9 kg; mulheres, 29,4 kg), com um declínio subsequente.
  • A FPM apresentou correlação negativa com a idade e correlação positiva fraca a moderada com variáveis ​​antropométricas, tanto em homens quanto em mulheres.
  • A mediana da FPM em homens reduziu-se em cerca de 46% entre as idades de 30 e 39 anos e acima de 80 anos (mão direita, de 46,4 para 23,7 kg; mão esquerda, de 42,2 para 23,5 kg) e em cerca de 44% em mulheres (mão direita, de 29,0 para 16,4 kg; mão esquerda, de 27,3 para 15,2 kg).

Conclusão:

Os valores identificados servem como referência para o comportamento da FPM em adultos e idosos saudáveis, embora não discriminem indivíduos com condições de saúde específicas. Podem ser utilizados em programas de reabilitação e subsidiar futuros estudos que visem explorar sua potencial aplicação na avaliação da condição de saúde de adultos e idosos.


Citação: Amaral CA, Amaral TLM, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Portela MC (2019) Hand grip strength: Reference values for adults and elderly people of Rio Branco, Acre, Brazil. PLoS ONE 14(1): e0211452.

  • Baixe e versão completa do artigo nesse LINK

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade. Atuando no Centro de Convivência AMI - Bem Estar.

Atividade Física e Longevidade

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