Intensidade de exercício aeróbico autoselecionado vs. prescrito: impactos no prazer em mulheres com obesidade. Estudo com dados nacionais.

Respostas afetivas, sejam elas prazerosas ou desconfortáveis, são centrais para a motivação para o exercício físico.

A autosseleção da intensidade do treinamento aeróbico é uma abordagem que permite aos praticantes desenvolver autonomia (escolha do ritmo), melhorar a aptidão física e contribuir para melhores respostas afetivas e adesão ao treinamento.

No entanto, ainda não está claro se a autosseleção da intensidade do treinamento em grupo é comparável às condições de treinamento individuais.

O objetivo do presente estudo foi comparar o efeito de três protocolos de treinamento aeróbico nas respostas psicofisiológicas em mulheres obesas adultas fisicamente inativas.

Métodos:

  • A amostra foi composta por 90 mulheres com
    • média de idade de 48,3 ± 5,5 anos e
    • IMC de 31,2 ± 4,8 kg/  ,
  • que participaram de três protocolos de treinamento aeróbico em esteira:
    • 1- Grupo controle (IPI) com intensidade prescrita individualmente (64 a 76% da FCmáx),
    • 2- Grupo pequeno (SGS) com intensidade autoselecionada e
    • 3- Indivíduo com intensidade autoselecionada.

Foram avaliados frequência cardíaca (FC), volume total da sessão (VL), valência afetiva pela escala de sentimento (FS), prazer pela Escala de Prazer em Atividade Física (PACES), intenção de repetir a sessão de exercício (INT) e Escala de Satisfação das Necessidades Psicológicas Básicas (BPNFS).

As análises estatísticas foram conduzidas usando ANOVA bidirecional para HR e FS, e ANOVA unidirecional para VL, PACES, INT e BPNFS com teste post hoc de Tukey e critérios de significância ( p < 0,05).

Figura 1. Delineamento experimental do estudo em diferentes protocolos de treinamento aeróbico. FC, Frequência cardíaca (bpm); FS, Escala de sentimento; PACES, Escala de prazer em atividade física; INT, Escala de intenção de repetir a sessão de exercício; VL, Volume total da sessão; BPNSFS, Escala de satisfação e frustração das necessidades psicológicas básicas.

Resultados: Os resultados mostraram que a FC e a VL foram semelhantes ( p > 0,05) entre os protocolos IPI, SGS e ISS, enquanto FS, PACES e INT foram significativamente maiores nos protocolos SGS e ISS do que nos protocolos IPI ( p < 0,05). A BPNFS também apresentou melhores resultados para os protocolos SGS e ISS ( p < 0,05).

Figura 2. Médias e desvios-padrão da Escala de Prazer em Atividade Física (PACES) (eixo vertical) comparados entre os grupos controle e experimental (eixo horizontal). * = diferença p < 0,05 em relação ao grupo IPI.

Discussão: Esses achados sugerem que a intensidade e o volume de treinamento foram semelhantes entre os diferentes protocolos. As respostas afetivas foram percebidas de forma mais positiva nos protocolos SGS e ISS.

Conclusão: Concluímos que a autoseleção de intensidade é uma estratégia segura, eficaz e comparável à intensidade prescrita em níveis moderados, proporcionando uma experiência mais agradável que pode contribuir para uma maior adesão ao treinamento aeróbico.


Citação: Da Silva Carlos Eduardo Rosa , Santana Wilian Jesus , Almeida Gustavo , Verame Adriano , Doro Antonio Roberto , Barbosa Eduardo , Lima Leonardo , Dias Helton Magalhães , Zanetti Marcelo Callegari , Junior Aylton Figueira. Self-selected vs. prescribed aerobic exercise intensity: impacts on pleasure in women with obesity. Frontiers in Psychology. 16 – 2025

Baixe e leia o artigo na versão original nesse LINK

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade. Atuando no Centro de Convivência AMI - Bem Estar.

Atividade Física e Longevidade

Quer receber o melhor conteúdo? Inscreva-se!

Fique por dentro!

inscreva-se para receber nossas notificações.
Eu quero!