A aventura da ética do cuidado
Esse subtítulo é emprestado da introdução que Molinier, Laugier e Perperman (2009) fazem à coletânea sobre o cuidado por elas organizada, em que consideram que essa aventura começa nos anos 80 com o livro Uma Voz Diferente: Psicologia da diferença entre homens e mulheres da infância à idade adulta, de Carol Gilligan. Nele, uma crítica acirrada é feita à teoria dos estágios de desenvolvimento moral de Lawrence Kolberg, que associava aos homens os estágios mais avançados do desenvolvimento moral, que teria como base os critérios de universalidade e imparcialidade e a aceitação de princípios abstratos como ocorre na ética da justiça.
Com pesquisa realizada com mulheres, Gilligan colocou em evidência a ética do cuidado – em oposição à ética da justiça –, que seria uma forma diferente de resolver problemas morais, uma ética em que circunstâncias particulares são encaradas como legitimamente envolvidas na formação de um juízo moral. A ética da justiça negligencia dimensões importantes do cuidado e da responsabilidade pessoal que caracterizam a ética feminina.
Desafios do cuidado: gênero, velhice e deficiência / Guita Grin Debert e Mariana Marques Pulhez [organizadoras]. 2.ed. – – Campinas, SP : UNICAMP/IFCH, 2019. 152 p.
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