Novas pistas revelam por que o exercício pode manter o cérebro saudável | Revista National Geographic Brasil

Pesquisadores estão aprendendo como os músculos em movimento podem melhorar a cognição e proteger contra doenças como Alzheimer, abrindo caminho para novos tratamentos. Pessoas com 60, 70 e 80 anos já reconhecem que o exercício regular é fundamental para permanecer mentalmente afiado e independente.

No meio dos estudos de pós-graduação na Universidade de Chicago, Estados Unidos, Constanza Cortes Rodriguez sentiu-se esgotada. “Nada estava funcionando no laboratório e eu estava muito estressada”, diz Rodriguez. Foi quando ela se juntou à Associação de Dança Latina e de Salão da universidade e se apaixonou pela salsa e pela bachata. Logo se viu praticando nove ou mais horas por semana, executando movimentos com perfeição sobre sapatos saltos de sete centímetros.

A dança desviou horas de sua pesquisa, mas Rodriguez, que agora é neurobióloga pela Universidade do Alabama, nos EUA, rapidamente percebeu que isso fazia dela uma cientista melhor. “O tempo que passei no laboratório foi muito mais eficiente; eu podia me sentir pensando de maneira diferente e lembrando melhor das coisas.”

Sua experiência mostra uma tendência emergente em nossa compreensão da saúde cognitiva: moléculas feitas por músculos em movimento podem influenciar a estrutura e a saúde do cérebro. Os cientistas costumavam pensar que o cérebro controlava o corpo e, enquanto o corpo transmitia sinais de sensação de volta ao cérebro, o cérebro estava isolado e no comando. Mas pesquisas nos últimos anos virou essa noção de cabeça para baixo.

Os dados realmente mostram que o cérebro não é esse órgão unidirecional que domina o resto do corpo, diz Christoph Handschin, pesquisador de músculos e professor de farmacologia da Universidade de Basel, na Suíça. “Em vez disso, há uma interação mútua entre esses sistemas.” Essa evidência emergente tem grandes implicações sobre como os exercícios podem afetar a saúde cognitiva.

“Ainda estamos arranhando a superfície, mas é super empolgante que agora possamos abordar algumas das ligações epidemiológicas observadas há muito tempo entre atividade física, saúde cerebral, doenças neurodegenerativas, depressão e transtornos de humor, que até agora não foram compreendidos”, diz Handschin.

Saul Villeda, neurocientista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que estuda como fatores no sangue rejuvenescem o cérebro, concorda. “O corpo de uma pessoa de 20 anos é inerentemente diferente do corpo de uma pessoa de 70 anos. E de alguma forma, algo sobre o exercício pode causar benefícios em todos esses contextos.”

A chave, diz Villeda, é que o impacto do exercício no cérebro é multifatorial: a atividade parece aumentar a capacidade do cérebro de regenerar neurônios, aliviar inflamações e melhorar a comunicação entre neurônios.

 

Leia a matéria na íntegra

POR CONNIE CHANG – PUBLICADO 15 DE JUN. DE 2022

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade,

Atividade Física e Longevidade

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