O tabagismo prejudica a resposta cardiorrespiratória e metabólica no pico do exercício incremental e durante a recuperação em adultos jovens e fisicamente ativos

Na prática, espera-se que este estudo aumente a conscientização sobre as consequências prejudiciais da SC, capacitando os indivíduos a fazerem escolhas bem informadas sobre sua saúde, com foco particular na população mais jovem

O tabagismo (CS) induz alterações sistêmicas que prejudicam a função cardiorrespiratória e muscular tanto em repouso quanto durante o exercício. Embora essas anormalidades sejam relatadas em fumantes sedentários de meia-idade (SM) com doença pulmonar, poucos e controversos estudos se concentraram em SM jovens e fisicamente ativos no estágio inicial da história de tabagismo.

Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da EC na resposta cardiorrespiratória e metabólica durante um teste incremental e a subsequente recuperação em jovens com SM fisicamente ativos, sem doença pulmonar ou cardiovascular conhecida.

Métodos

Após avaliação da função pulmonar,

  • 12 SM (idade: 22±2 anos; massa corporal: 75±8 kg; estatura: 1,78±0,06 m; 12±4 cigarros por dia durante 6±2 anos; média ± DP) e
  • 12 não SM (grupo controle; idade: 23±1 anos; massa corporal: 76±8 kg; estatura: 1,79±0,08 m)
  • pareados por idade e hábitos de exercício foram submetidos a um teste de degrau incremental exaustivo (25 W/2 min) em cicloergômetro.
  • Pulmonar O2 captação (V̇O2), ventilação expiratória (V̇E), frequência cardíaca (fH) e a concentração de lactato foram avaliadas durante o teste e posterior recuperação.

Resultados

Apesar de volumes pulmonares estáticos semelhantes, o SM relatou menor pico de fluxo expiratório (-23%; P = 0,003) e ventilação voluntária máxima (−10%; P = 0,003).

No exercício submáximo, não foram observadas diferenças nas diferenças cardiorrespiratórias e metabólicas entre os dois grupos.

No entanto, o MS exibiu limiares ventilatórios (P < 0,01) e lactato em menores taxas de trabalho (P = 0,01). No pico do exercício, o SM exibiu menor V̇O2 (-8%; P = 0,02), potência mecânica (−11%; P = 0,02) e V̇E (-9%; P = 0,01).

Durante a recuperação, o SM apresentou constantes de tempo mais longas (τ) em V̇O2 (+52%; P = 0,002), V̇E (+19%; P = 0,027) e fH (+21%; P = 0,022) e menor fH aos 30 s de recuperação (FCR30; -31%; P = 0,032).

Figura 1.

Respostas ventilatórias e metabólicas ao exercício incremental em fumantes (círculos vermelhos) e controles (círculos azuis). V̇O, consumo pulmonar de oxigênio (A); V̇, ventilação minuto (B); V̇CO, produção de dióxido de carbono (C); V, volume corrente (D); f, frequência respiratória (E); V̇/V̇C, equivalente ventilatório para dióxido de carbono (F); RER, razão de troca respiratória (G); Pressão expirada de oxigênio PetO (H); PetCO, pressão expirada de dióxido de carbono (I). Os dados são apresentados como média ± DP; * P < 0,05 vs

Conclusões

Esses resultados são compatíveis com um comprometimento precoce da função cardiorrespiratória e metabólica relacionado à SC, mesmo em indivíduos jovens com histórico de tabagismo relativamente curto.


  • Citação: BORRELLI, MARTA; DORIA, CHRISTIAN; TONINELLI, NICHOLAS; LONGO, STEFANO; CORATELLA, GIUSEPPE; CÈ, EMILIANO; RAMPICHINI, SUSANNA; ESPOSITO, FABIO. Cigarette Smoking Impairs Cardiorespiratory and Metabolic Response at Peak Incremental Exercise and during Recovery in Young, Physically Active Adults. Medicine & Science in Sports & Exercise 57(4):p 680-690, April 2025. | DOI: 10.1249/MSS.0000000000003602

Baixe e leia o artigo na versão original nesse LINK.

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade. Atuando no Centro de Convivência AMI - Bem Estar.

Atividade Física e Longevidade

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