Parâmetros de desempenho relacionados ao exercício e fatores de saúde associados de mulheres transgênero, cisgênero e homens cisgênero jogadores de voleibol – Dados Nacionais

Promover uma competição justa e, ao mesmo tempo, garantir a inclusão de atletas transgênero exige uma compreensão detalhada dessas diferenças. O estudo também ressalta a importância de considerar diversos parâmetros de saúde, como a qualidade do sono e a ingestão alimentar.

Objetivo: A inclusão de atletas transgênero em esportes competitivos tem promovido debates e controvérsias significativos entre profissionais da área do exercício. O objetivo deste estudo foi investigar a composição corporal, os parâmetros de desempenho relacionados ao exercício e os fatores de saúde associados em atletas amadoras de voleibol de mulheres transgênero (MTrans), mulheres cisgênero (MCis) e homens cisgênero (HCis).

Métodos: 

  • Este foi um estudo transversal envolvendo jogadores amadores de voleibol MT, MC e HC elegíveis com as seguintes características:
    • ‘gênero incongruente’ (apenas para MT);
    • idade entre 18 e 35 anos;
    • índice de massa corporal (IMC) entre 18,0 e 29,9 kg/m² ;
    • ‘muito ativo’ de acordo com o Questionário Internacional de Atividade Física e
    • envolvido em treinamento regular de voleibol por pelo menos 1 ano.
    • Todos os participantes foram avaliados quanto à composição corporal, biomarcadores sanguíneos, força de preensão manual, altura do salto com contramovimento (CMJ), altura do salto com agachamento (SQJ) e consumo máximo de oxigênio (V̇O2máx ) .
  • Este estudo transversal foi realizado em São Paulo, Brasil, envolvendo 23 atletas amadores de voleibol:
    • 7 atletas de voleibol (TW),
    • 8 atletas de voleibol (CW) e
    • 8 atletas de voleibol (CM).
  • Os participantes foram pareados por idade, índice de massa corporal (IMC) e nível de atividade, de acordo com o Questionário Internacional de Atividade Física (QIAF).
  • O estudo avaliou diversos parâmetros, incluindo composição corporal, biomarcadores sanguíneos, força de preensão manual, altura do salto com contramovimento, altura do salto com agachamento e consumo máximo de oxigênio (VO₂máx ) .

Resultados: 

  • 69 jogadores amadores de voleibol foram inicialmente avaliados, mas apenas 23 preencheram os critérios de inclusão e foram incluídos no estudo (7 MTrans, 8 MCis e 8 HCis).
  • Idade (p=0,07) e IMC (p=0,26) foram semelhantes entre os grupos.
  • Os níveis de estradiol (p=0,47), testosterona total (p=1,00) e hemoglobina (p=1,00) não diferiram entre MT e MC.
  • No entanto, a análise não ajustada por variáveis ​​de confusão mostrou que HC apresentou maiores níveis de testosterona (p<0,001), níveis de hemoglobina (p=0,03), massa corporal magra (p=0,03), força de preensão manual (p<0,001), CMJ (p<0,001), SQJ (p=0,012) e V̇O2máx ( mL/min) (p=0,001) em comparação com MT.
  • Quando ajustados por variáveis ​​de confusão, todos os valores de p foram <0,05, exceto para SQJ (p=0,062).

Conclusão: As atletas MT apresentaram desempenho de exercício e biomarcadores semelhantes as MC, mas resultados inferiores aos HC.


  • Citação: Alvares LA, Dos Santos Quaresma MV, Nakamoto FP, Santos LM, Navarro LS, Navarro GS, Orozco BMM, Sá BMC, Achkar GB, Marques CG, Barbosa RCC, Ferreira RES. Body composition, exercise-related performance parameters and associated health factors of transgender women, cisgender women and cisgender men volleyball players. Br J Sports Med. 2025.
  • Leia a versão original nesse LINK

 

Timóteo Araújo

Profissional de Educação Física, com experiência de 25 anos na área da Atividade Física, Vida Ativa e Longevidade. Atuando no Centro de Convivência AMI - Bem Estar.

Atividade Física e Longevidade

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