Apesar de a caminhada ser comum entre idosos, evidências internacionais sugerem que sua prevalência é menor em comparação a outras faixas etárias. Acredita-se que a mistura de uso do solo (LUM) incentive a caminhada, mas no contexto de cidades brasileiras e de outras cidades latino-americanas, faltam evidências empíricas para essa associação para faixas etárias mais velhas. Além disso, os estudos existentes para essa coorte geralmente empregam um delineamento transversal, enfraquecendo a robustez das conclusões.

• Este estudo aborda essas lacunas investigando o impacto da LUM na caminhada utilitária no Brasil usando uma abordagem longitudinal com 566 idosos.

As análises de regressão logística revelam associações positivas significativas entre a caminhada e duas medidas de LUM (entropia e diversidade objetiva de NEWS), indicando que a diversidade do uso do solo desempenha um papel crucial além da acessibilidade local e disponibilidade não residencial, mesmo dentro do contexto das cidades brasileiras.

Portanto, a atratividade da caminhada para transporte entre idosos pode ser ampliada por meio de uma combinação de diversas comodidades, maior proximidade de áreas residenciais e uma distribuição equitativa dos usos do solo, juntamente com layouts de ruas mais integrados localmente que permitem fácil acesso aos arredores próximos. As medidas práticas incluem projeto participativo de ruas locais e planejamento de desenvolvimento para permitir a intensificação da rede, evitar zonas monofuncionais e planejar incentivos para empreendimentos multifuncionais.

• Citação: Renato Tibiriçá de Saboya, Eleonora D’Orsi, Ramin Keivani, Promoting active aging in Brazil: A longitudinal study of land use mix and utilitarian walking in older adults,
  Cities, Volume 154, 2024.
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