Para a realização das atividades cotidianas com segurança, é necessário um bom equilíbrio postural, ou seja, é o estado em que todas as forças que atuam sobre o corpo estão equilibradas para manter a posição desejada, esteja a pessoa parada ou em movimento. Com o envelhecimento, alterações fisiológicas prejudicam o desempenho do equilíbrio, levando a uma maior oscilação corporal, devido ao declínio da interação entre os componentes neurais e musculoesqueléticos.

Objetivo

Comparar o deslocamento corporal do Centro de Pressão (CoP) e o tempo mantido durante o teste de equilíbrio. Também, examinar se os testes de equilíbrio na linha de base podem prever quedas após 6 meses.

Métodos

Estudo longitudinal com 153 idosos residentes na comunidade, entre 60 e 89 anos. Os deslocamentos de amplitude e velocidade do CoP anteroposterior (AP) e mediolateral (ML) foram avaliados em quatro posições eretas usando uma plataforma de força: posturas de perna dupla, semi-tandem, tandem e perna única, com duração máxima de 30 s cada. ANOVA de medidas repetidas ajustadas foi usada para comparar as diferenças entre as posições de equilíbrio. Comparações entre homens e mulheres também foram conduzidas. A regressão logística ajustada para fatores de confusão foi realizada para verificar se os testes de equilíbrio ereto podem prever quedas futuras.

Resultados

À medida que a base de apoio se estreita, a oscilação do corpo aumenta. Foi observada uma diminuição no tempo de apoio em todos os estágios de equilíbrio, ou seja, apoios de perna dupla/semi-tandem versus apoios de perna única versus apoios de perna única. A duração média mantida na posição de perna única foi de 14,8 s e para apoios de perna única foi de 22,2 s. Durações de apoio semelhantes foram observadas para posições de perna dupla e semi-tandem. Os homens foram capazes de manter posições de equilíbrio por mais tempo do que as mulheres, mesmo com maior deslocamento do CoP. A amplitude ML do deslocamento do CoP e o tempo mantido durante as posições de perna única e tandem foram capazes de prever quedas após 6 meses ( p  < 0,05).

Conclusão

Na prática clínica em que apenas o tempo de apoio é registrado, é possível usar de forma intercambiável a postura de perna dupla ou semi-tandem.

Para identificar sinais precoces de desequilíbrio, sugerimos estabelecer um limite de tempo para o teste de equilíbrio igual ou superior a 23 s, pois 10 s parecem ser insuficientes para detectar déficits sutis de equilíbrio.

A manutenção do tempo nas posições tandem e unipodal foi capaz de prever quedas futuras.

Citação: de Abreu DCC, Bandeira ACL, Magnani PE, de Oliveira Grigoletto DA, de Faria Junior JR, Teixeira VRS, Fuentes VM, de Matos Brunelli Braghin R. Standing balance test for fall prediction in older adults: a 6-month longitudinal study. BMC Geriatr. 2024 Nov 15;24(1):947

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