O linfedema é um efeito adverso comum relacionado ao tratamento entre sobreviventes do câncer de mama, que pode limitar a atividade e a mobilidade. Embora o exercício esteja associado a melhores resultados após o tratamento do câncer de mama, os dados sobre a associação da atividade física intensa, incluindo treinamento de força, com o linfedema são limitados.

Objetivo : Examinar a associação entre treinamento de resistência e linfedema entre sobreviventes de câncer de mama.

Design, cenário e participantes   Neste estudo de coorte conduzido entre 15 de setembro de 2022 e 26 de março de 2024, mulheres de 3 estudos prospectivos (EXERT-BC, EXERT-BCN e EXERT-C) foram submetidas a treinamento de resistência com dose escalonada três vezes por semana durante 3 meses para promover força, mobilidade e hipertrofia.

Principais resultados e medidas   O linfedema foi avaliado no início e no final usando análise de bioimpedância para avaliar métricas de composição corporal e de fluidos, distinguindo entre água intracelular, água extracelular e água corporal total.

Todos os participantes foram inscritos em um regime de exercícios de 3 meses, três vezes por semana, com dose escalonada, usando movimentos compostos multiarticulares seguindo progressão linear balanceada com exercícios de treinamento de resistência com um volume adequado para promover hipertrofia. Esses treinos foram descritos anteriormente e seguiram um curso de exercícios semelhante para todos os participantes. Um esboço da estrutura do programa está listado na figura abaixo.

Esboço do Programa de Exercícios

Resultados: 

• Um total de 115 mulheres completou o regime de exercícios (idade mediana: 54 anos; faixa etária: 24-71 anos).
• Noventa e seis participantes (83%) foram submetidas à biópsia do linfonodo sentinela, enquanto 14 (12%) foram submetidas à dissecção dos linfonodos axilares.
• No início do estudo, 15 mulheres (13%) apresentavam linfedema clínico: 8 (8%) no grupo da biópsia do linfonodo sentinela e 7 (37%) no grupo da dissecção dos linfonodos axilares.
• Nenhuma participante apresentou piora subjetiva ou clínica do linfedema após a conclusão do regime de exercícios.
• A massa magra bilateral do braço aumentou significativamente após o treinamento de resistência (braço afetado: mediana [IQR], 5,64 [4,98-6,20] lb; IC de 95%, 5,40-5,84 lb) vs linha de base (mediana [IQR], 5,45 [4,92-6,08] lb; IC de 95%, 5,34-5,67 lb) ( s  = 1789,5; P  < 0,001).
• O índice de edema (proporção de água extracelular para água corporal total) melhorou significativamente em todos os pacientes, significando uma redução no linfedema na conclusão do exercício (média, 0,383; IC de 95%, 0,382-0,385) em comparação com a linha de base (média, 0,385; IC de 95%, 0,384-0,386) ( t ₁₁₀  = 4,05; P  < 0,001).

Figura. Índices médios de edema bilateral ao término do exercício em comparação com o valor basal.

CONCLUSÕES E RELEVÂNCIA   Neste estudo de coorte com sobreviventes de câncer de mama, o treinamento de resistência intenso não exacerbou o linfedema e foi associado a melhorias no equilíbrio hídrico e na massa magra dos membros superiores. Esses achados sugerem apoio à inclusão de exercícios de resistência estruturados como parte do tratamento do câncer de mama e dos cuidados de sobrevivência.

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Citação: Shamsesfandabadi P, Shams Esfand Abadi M, Yin Y, et al. Resistance Training and Lymphedema in Breast Cancer Survivors. JAMA Netw Open. 2025;8(6):e2514765.

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